Quatro Luas

o outro lado do espelho da música da Europa. Domingos :22h-24h com repetição as quartas : 21h-23h, na AVEIRO FM 96.5

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Local: Aveiro, Portugal

domingo, janeiro 18, 2009

Blood Axis (USA) com Sangre Cavallum (P) - salão do Sport União Colarense, Colares, Sintra, 2 de Janeiro

Pela 3ª vez em 10 anos, os norte-americanos Blood Axis actuaram em Portugal, reincidindo no seu local predilecto, Sintra, embora para o efeito a sala eleita tenha sido a do Sport União Colarense, mesmo ali ao lado, em Colares. Praticamente um concerto de Ano Novo (2 de Janeiro) para uma grande minoria que acorreu à chamada do evento organizado pela Ummomento, esta presença do grupo do casal Michael Moynihan e Annabel Lee reactivou as memória de 98, quando estiveram cá pela 1ª vez (com concerto duplo, em Guimarães, no salão nobre do Paço dos Duques de Bragança (!?)) e depois no Outono de 2001 com o francês Erik Konofal, de Les Joyaux de la Princesse, espectáculo de apresentação da obra conjunta “Absinthe- La Folie Verte”, de que resultou o duplo 10 polegadas ao vivo, em caixa de luxo, com o mesmo título. Desta vez a urgência de ver Blood Axis era maior – há 7 anos sem discos, sente-se no ar a iminência de um novo álbum. Em palco estão três elementos dos Sangre Cavallum (Bruno Ardo, Emanuel Melo da Cunha e R. Coutinho) para enriquecer com o seu contributo “telúrico” as canções dos Blood Axis, clássicos e novos temas, que são interpretados com alma e grande sentido de acontecimento. Dado curioso - a assistência continha gente de todas as idades, desde crianças a alguns idosos, o que nos faz realmente pensar na dimensão humana do “ur-Volk” ancestral dos dois projectos – isto seria impensável com qualquer nome do showbiz internacional. Michael Moynihan anuncia finalmente o lançamento, para o próximo domingo de Páscoa, do 4º álbum dos Blood Axis, “Born Again”, do qual algumas canções foram desfilando no serão; para além deste, será editado pouco depois o mítico “Ultimacy”, que anda a ser prometido desde o século passado – será afinal de contas uma preciosa colectânea de raridades espalhadas por várias compilações em que os BA figuraram, o que talvez aumente ainda mais o seu interesse. Tambores e órgãos antigos, guitarras tradicionais, Annabel e seu o característico “fiddle” (a nossa rabeca) e o bothram de Michael (tambor de mão irlandês), acompanhados de poesia com citações do eterno “The second coming” de Yeats, preencheram a paleta sonora dum pequeno palco que transbordava de autenticidade, sem pretensões new age ou de “música do mundo” – bis foram 3, a que se seguiu uma entrevista entretanto já divulgada em 4Luas/www.aveirofm.net . Aguardemos pela “4th coming” e pelo domingo de Páscoa, com “Born Again”, no selo alemão Tesco , muito provavelmente a ser disponibilizado no nosso país pela Equilibrium music.
João Carlos Silva